segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Resenha: "A arte de fazer um jornal diário"


Análise do livro “A arte de fazer um jornal diário”

Em seu livro “A arte de fazer um jornal diário”, o autor, Ricardo Noblat, faz uma reflexão de sua larga experiência de, até então, trinta e cinco anos, trabalhando como jornalista. O livro, lançado em 2004, pela Editora Contexto, aborda o jornalismo em vários aspectos, produzindo uma adequada exposição da profissão e de seu sentido. Para facilitar esta análise, em cada parágrafo, vou me referir a capítulos específicos do livro, seguindo, assim, a ordem de seu sumário.

Sobre o alucinado ofício do jornalismo: Ricardo Noblat acertou em cheio ao escolher um trecho de um dos textos de Gabriel García Márquez sobre jornalismo para epígrafe. Ninguém melhor que o escritor e jornalista colombiano para, em poucas linhas, resumir que o “jornalismo é uma paixão insaciável que só pode digerir e torná-lo humano por sua confrontação descarnada com a realidade”.

Capítulo I: O livro é iniciado com um diálogo entre um jornalista e um cidadão comum. Na conversa, o cidadão faz uma série de perguntas ao jornalista. O autor, certamente, calculou que essas perguntas são questões que quaisquer pessoas que estão de fora do mundo jornalístico sentem vontade de perguntar a alguém da profissão. Seguindo, o autor fala sobre a crise em que vive atualmente a mídia impressa. Baseado em números e estatísticas, Noblat prevê um futuro árduo para os veículos, enfatizando a chega da televisão, ascensão da Internet e desinteresse cada vez maior por parte dos jovens pela leitura. Aproveita a oportunidade e faz inúmeras sugestões que, em sua visão, pode tentar melhorar esse negativo quadro.

Capítulo II: Noblat faz reflexões sobre ética, defende que o jornal deve ser produzido pensando na população e não como apenas um negócio, pois, segundo ele, o jornal deveria ser um espelho da consciência crítica da comunidade em determinado espaço de tempo. Analisando o caso Tim Lopes e casos conhecidos de invasão de privacidade, Ricardo Noblat volta à distinção do que é interesse público e o que é de interesse do público, porque apenas a primeira opção deveria interessar ao jornalismo sério.

Capítulo lll: Neste capítulo do livro, o autor fala sobre questões básicas do jornalismo como apuração, faro jornalístico, como lidar com as fontes, o que é e o que não é notícia e, tudo isso, contando histórias e casos particulares de sua longa carreira. Tenta, assim, baseado em sua experiência, explicar, de forma didática, como agir em certas situações e o que é certo fazer em casos corriqueiros da profissão.

Capítulo IV: Este capítulo é dedicado à escrita. Ricardo Noblat ensina como deve ser um bom texto jornalístico. É, praticamente, um “manual para iniciantes”. Cita outros escritores como Graciliano Ramos, García Márquez e Vinicius de Moraes, fala da importância de cortar palavras, ter um texto conciso, escrever frases curtas, ser direto, preciso e claro. Escrever como se fala, simplificar, ter um vocabulário amplo, não usar chavões e adjetivos e reescrever quando preciso são outras lições que Noblat nos passa. Analisa reportagens já publicadas para demonstrar melhor aos leitores como deve ser uma reportagem bem escrita.

Capítulo V: Como ele mesmo diz, o capítulo cinco é uma “campanha por melhores títulos”. Conta histórias, cita títulos já publicados e ressalta a importância de bons títulos para as matérias. Também fala da importância de sempre querer aprender coisas novas, independente de idade e tempo na profissão, pois, não só no jornalismo, a arrogância é ruim para qualquer profissional.

Capítulo VI: No capítulo seis temos a oportunidade de acompanhar Noblat por uma reportagem por ele feita. O autor revela os seus bastidores, fazendo-nos acompanhá-lo e, de certo modo, compartilhar dessa experiência.

Capítulo Vll: Noblat conta da reinvenção do jornal Correio Brasiliense, da história de sua reforma e como foi toda essa trajetória de sua reestruturação. Expõe opiniões de jornalistas consagrados, e de outros veículos, sobre o jornal, como Mino Carta, Reynaldo Jardim e Jânio de Freitas. Ilustra páginas com fotos de primeiras-capas do Correio Brasiliense.

Capítulo Vlll: Neste último capítulo, Ricardo Noblat traça uma linha do tempo da notícia. Analisa, desde 59 a.c., as datas que marcaram a vida da imprensa, construíram a história do jornalismo e fizeram ele se tornar o que é hoje.

O livro “A arte de fazer um jornal diário”, de Ricardo Noblat, é leitura obrigatória para jornalistas. Mas, sobretudo, a jornalistas iniciantes que, ao lerem este didático livro-manual jornalístico de Noblat, terão um reforço do que aprendem nas universidades e a oportunidade de saberem como agir em diversas situações da profissão, através de histórias e exemplos dados pelo experiente autor.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Esse papo já tá qualquer coisa...




Gosto de manter este espaço limpo e cheirando bem. Mas não posso me furtar a fazer aqui um comentário que me está entalado na garganta, e faz subir o sangue cada vez que vem à tona.

Com as eleições municipais de minha cidade pegando fogo, infelizmente escrevo aqui sobre política. Prometo ser conciso, breve e direto. Até para não poluir muito este blog que, desde sua concepção, é anti-política, e pró-cultura.

Sem mais delongas e com peito inflamado, esbravejo: Não suporto nem ouvir a voz do senhor paulo maluf (sim, letra minúscula, pois nem as maiúsculas o merecem), quanto mais ouvi-la em época eleitoral. Este senhor ainda tem a coragem de se candidatar a algum cargo público! Valei-me!

Mas sabe de quem é a culpa dessa insistência ininterrupta? NOSSA! Ele sempre é eleito! Nós sempre damos o jeitinho de mantê-lo em algum cargo, o que o faz almejar vôos maiores, como a prefeitura de São Paulo, este ano...

A minha indignação maior, ao ouvi-lo, é que, ao citar todas as suas obras, fala da melhoria da cidade depois delas concluídas, que ele foi o que mais fez, o que faz! Ora, faz-me rir, senhor! Tudo bem, maluf construiu bastante coisa, fez projetos, mas, em todos esses, desviando, comprovadamente pela justiça, muito dinheiro. Afinal, ele mesmo não afirmou, que rouba mas faz?

As obras que este senhor construiu foram realizadas com dinheiro público, e não dele. As obras são da população de São Paulo, não do senhor paulo maluf, que fala delas como se fossem patrimônio próprio.

Este papo já está me dando coisas. Mas, para concluir, como em uma propaganda deste senhor que está rolando no ar, na televisão e no rádio:
2 + 2 são 4? Então, você não disse que se o Pita não fosse um bom prefeito não era para nunca mais votarmos no senhor?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ao fim de semana no botequim!

Singela homenagem ao local no qual eu passo boas horas dos meus finais de semana: Famoso Bar do Justo!




Antes de adentrar este templo, a Norte, para mim, eram os verdes olhos de Fernanda e o Horto Florestal. Até então, não sabia onde o palato deleitava-se e a gula abundava-se.

Conheci este oásis de guloseimas e destilados há pouco, mas o suficiente para mudar minha concepção de Norte. Hoje enxergo além. Em minhas noites, há de lá sempre um porém.


Meu contentamento se dá quando estou cá, rodeado de amigos – inclui-se, aqui, no grupo de amigos, os funcionários -, biritando e, quase que corriqueiramente, prevaricando suas charmosas freqüentadoras.


Ah, mas eu não conhecia a Norte! Como vivia por estas bandas sem ser apresentado ao Famoso Bar do Justo - habilidosamente tocado por Valtinho - agora segundo lar deste!


Portanto, para quem anda por estas bandas da Zona Norte de São Paulo, esqueçam seus lares, esqueçam os olhos de quaisquer que sejam, esqueçam aquela mata virgem do Horto Florestal e, solidariamente, viremos madrugadas adentro neste justo templo climatizado por Baco!