domingo, 30 de março de 2008

Que bonito, é!




É de encher os olhos ver o meio-campo do São Paulo Futebol Clube Hernanes jogar. Típico jogador moderno, com intensa movimentação, ele passa, marca, arma, dribla, chuta, cruza...Com extrema técnica e domínio de jogo. Veloz, cadencia as jogadas quando necessário e, quando lhe é permitido, municia o ataque com maestria. Aliás, maestro é seu cargo no São Paulo Futebol Clube, porque classificá-lo como volante não me agrada os ouvidos...Não é peculiar a um volante dar pedaladas, tendo a opção de cortar o marcador para ambos os lados, pois o ambidestro Hernanes arremata com força e precisão a baliza adversária.

Suas seguidas convocações para a seleção brasileira de futebol, feitas pelo seu técnico e ex-jogador Dunga, são justíssimas e, nos tempos de escassez de talentos que passamos no Brasil, devido à emigração cada vez mais precoce dos nossos craques, ver um Hernanes aqui por nossas bandas, dá um sentimento de prazer conscientemente efêmero, porque sabemos que Hernanes desfilará sua elegância nos palcos do Morumbi por pouco tempo, daqui não há muito, estará esbanjando técnica nos gramados europeus, cumprindo a ordem natural das coisas.

sexta-feira, 28 de março de 2008

APRENDA

Aprenda


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração
parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção:
pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver
o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode
ser a pessoa que você está esperando desde o dia em
que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for
apaixonante, e os olho se enchem d' água neste
momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa
pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar
o coração, agradeça: Algo no céu te mandou um
presente divino: O AMOR.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro
por algum motivo e, em troca, receber um abraço,
um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem
mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos
um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te
deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu
sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las
com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá
contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro
da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos
de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite..
Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma,
um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo
e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar
sendo louco por ela..

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra
partindo: é o amorque chegou na sua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida,
mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo
acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais não deixe que
as loucuras do dia- a- dia a deixem cega para a
melhor coisa da vida:

O AMOR.

Se descobrir esse amor, cultive-o, mas deixe-o livre!

Carlos Drummond de Andrade.



Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 25 de março de 2008

Referencial Teórico/ Trecho

Caetano Veloso, em seu livro Verdade Tropical, explica como o “movimento” que surgia até então, foi intitulado de “Tropicália”. Segue o trecho:

“Num almoço na casa de não sei quem em São Paulo, ao qual suponho que Mário Shemberg compareceu, me pediram que cantasse algumas das músicas que eu estava gravando. Luís Carlos Barreto, um fotógrafo jornalístico que tinha se tornado produtor de cinema depois de magníficos trabalhos como diretor de fotografia (...), impressionou-se com essa canção (o que era perfeitamente coerente) e, ao ser informado de que ela não tinha título, sugeriu “Tropicália”, por causa, dizia ele, das afinidades com o trabalho de mesmo nome apresentado por um artista plástico carioca, uma instalação (na época ainda não se usava o termo, mas é o que era) que consistia num labirinto ou mero caracol de paredes de madeira, com areia no chão para ser pisada sem sapatos, um caminho enroscado, ladeado de plantas tropicais, indo dar, no fim, num aparelho de televisão ligado, exibindo a progamação normal. O nome do artista era Hélio Oiticica (...) Eu naturalmente disse que não, que não poria o nome da obra de outra pessoa na minha música, que essa pessoa poderia não gostar. O que eu não disse, é que esse nome de “Tropicália” não me agradara muito, embora a descrição que ele dera da instalação me atraísse. “Tropicália” parecia reduzir o que eu entendia de minha canção a uma reles localização geográfica. Palavra era pregnante, contudo, e nós não a esquecemos. Guilherme Araújo (empresário de marketing dos tropicalistas) gostou. Manuel Barembein, a quem eu caí na asneira de contar a sugestão feita por Barreto, agarrou-se a esse nome e, para todos os efeitos, enquanto eu não encontrasse um nome melhor, a canção se chamava “Tropicália”. Nas caixas de fitas, nas fichas de gravação, nas conversas, o nome Tropicália se impôs. O único outro título que me tinha –“Mistura Fina”- era evidentemente insatisfatório. (...) Como eu não achasse nunca um outro melhor e o disco já estivesse pronto, Tropicália ficou e oficializou-se.”

domingo, 23 de março de 2008

Todo dia ela faz tudo sempre igual...

Segundo o dicionário Aurélio, a definição de aventura é: 1- Empresa ou experiência arriscada. 2- Acontecimento imprevisto; peripécia. 3- Ligação amorosa. Das três definições, a que mais me agrada é a terceira. Claro que interligaria as três, assim: Um relacionamento é uma experiência árdua e arriscada, que vive a base de peripécias, qualquer acontecimento imprevisto pode romper a ligação amorosa. Claro que escrevi uma coisa maluca, sem pé nem cabeça, mas as aventuras não são doidas?!

Quem não sonha diariamente em viver uma aventura ao lado da mulher amada, aquela mulher perfeita, que topa tudo que lhe é proposto, aquela felicidade toda e tal. Viajar, conhecer lugares, fazerem loucuras, jogar tudo pro alto e ir morar no litoral, naquela cidadezinha pequenina do interior, em Macondo, Pasárgada...Sonhar todos, botar em prática quase ninguém. Por quê? Todos sabem que a vida é curta, não levaremos nada dela e mesmo assim nos sacrificamos para juntar mais e mais grana, posto que, quanto mais ganhamos, mais queremos...Eu pergunto: Quem é mais feliz? Quem embarca na aventura ao lado da pessoa amada ou quem vive a vida imposta pela sociedade?

Ter os pés no chão é bom, mas nem sempre. Para vivermos uma aventura não podemos ter nem um pouco de prudência, quanto menos pensarmos nas conseqüências melhor. Exemplos de aventureiros célebres não faltam, como no caso do nosso Ernest Hemingway, levou muito de suas aventuras para a literatura, ou o poetinha Vinícius, aventuras amorosas era com ele, jogava tudo pro alto e mergulhava de cabeça na nova paixão. E como é bom, não é?

Estamos com falta de aventuras em nossas vidas. Vivemos cotidianamente os mesmos trajetos, os mesmos hábitos, freqüentamos os mesmos lugares, vemos as mesmas pessoas...Eu não sei o que é vida, mas isso não é! Você quer isso pra você?

Mirem-se no exemplo de Hemingway e Vinícius, aventuras ao lado da pessoa amada sim, e mandemos o juízo às favas!

quarta-feira, 19 de março de 2008

2010 está aí, pelo menos para Lula.

O início da receptividade por parte dos eleitores de Lula em prol a Dilma Rousseff para sua secessão em 2010, só comprova ainda mais a competência comunicativa e a força que o atual presidente exerce sobre grande parte da população nacional, principalmente sua parcela mais precária.

Lula vem, claramente, querendo “fazer a imagem” de Dilma com o seu povo, recentemente até a intitulando de “Mãe do PAC”. O programa de aceleração do crescimento que, aliás, quanto mais se aproximam as eleições, mais se manifesta.

A idéia de ter Dilma como sua presidenta em 2010 já está amadurecendo na cabeça do eleitorado de Lula, prova disso foi o que eu ouvi hoje no rádio, após dizer, mais uma vez, que todas aquelas obras que estavam sendo finalizadas estavam naquele estágio devido a atual ministra da Casa Civil, a reação pública foram gritos de “Dilma! Dilma! Dilma!”.

Os discursos pobres de Lula (cheios de erros de concordância, metáforas medonhas, analogias ao futebol e, mais recentemente, também a culinária) mobiliza a população, causando uma identidade entre eles, uma espécie de “representante do povo” no poder. E ele não cansa de reforçar isso, dizendo que ele foi o presidente que mais pensou no povo na história, dando esmola (Bolsa Família), colaborando com a imagem de ócio perene do brasileiro.

Nessa toada, a futura candidata petista pra 2010 está pintando. Este novato blogueiro pode queimar a língua, mas que tudo está caminhando para isso está.

Dilma Rousseff é economista e política brasileira. Ela se integrou ao governo Lula em janeiro de 2003 como ministra de Minas e Energia, passando a chefiar a Casa Civil em junho de 2005 no lugar de José Dirceu, que deixou o cargo devido as acusações de corrupção no caso mensalão.

Que beleza!

segunda-feira, 17 de março de 2008

"Sei que amanhã quando eu morrer, os meus amigos vão dizer, que eu tinha bom coração..."




Nelson Antônio da Silva nasceu em 29/10/1909, na Rua Mariz e Barros, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Seu pai e tio eram músicos, cresceu rodeado de instrumentos e, aos domingos, eram organizadas rodas de samba em sua casa.


Freqüentou a escola primária Evaristo da Veiga, mas abandonou-a para trabalhar como eletricista. Nesta época, fez amizades na Lapa com Brancura, Edgar e Camisa Preta, os chamados “valentes”. Mais tarde, já adolescente, mudou com a família para a Gávea, pra finalmente se estabelecerem em uma vila operária do bairro. Freqüentava bailes dos clubes Gravatá, Carioca Musical e Chuveiro de Ouro, conhecendo músicos decisivos em sua formação, como Edgar Flauta da Gávea, Heitor dos Prazeres, Mazinho do Bandolim e o violonista Juquinha, que foi quem lhe ensinou os primeiros acordes musicais ao cavaquinho. Foi nessa época que cunhou a sua maneira peculiar de tocar o instrumento apenas com dois dedos. Aos 16 anos, sem dinheiro para adquirir um cavaco, e também para pagar um professor, treinava com um emprestado. Por essa época, trabalhava como pedreiro, e compôs seu primeiro samba, o choro intitulado “Queda”. Apresentou-o aos amigos Juquinha, Edgar, Heitor e Mazinho, que logo o convidaram para integrar seu conjunto de samba e choro. Faziam shows em clubes nas redondezas da Gávea. Apesar de tocar bem o cavaquinho, era sempre necessário pedi-lo emprestado. Vendo-o nessa situação, Ventura, um amigo, presenteou-o com um cavaquinho.


Em 1931, arrastado a delegacia pelo pai de Alice Ferreira Neves, casou-se, com quem mais tarde teria quatro filhos. O casal foi morar no subúrbio de Brás de Pina. O pai de Alice indicou-o para servir na Cavalaria da Polícia Militar. Ele patrulhava o Morro da Mangueira, local onde fez amizades com sambistas como Zé com Fome e Carlos Cachaça. Ao conhecer Cartola, na quadra da Mangueira, ficou muito tempo conversando com ele, e seu cavalo, com o qual fazia a patrulha, regressou sozinho ao batalhão, o que ocasionou a sua detenção. Aliás, não era a primeira vez que ficara detido, já que passava dias sem ir ao quartel, devido a boemia, como ele mesmo falou: “Eu ia tantas vezes em cana que já estava até me acostumando com o xadrez. Era tranqüilo, ficava lá compondo. Entre as músicas que fiz no xadrez está ´Ente a cruz e a espada` ”. Foi expulso da corporação, separou-se da mulher, afastou-se dos filhos e ingressou de vez na boemia, passando a dedicar-se exclusivamente a música. Foi morar na Mangueira em 1952.


A partir daí teve diversas músicas de sua autoria gravada por consagrados cantores de rádio da época, como “Palhaço”, gravado por Dalva de Oliveira e “Amor que morreu”, Eliseth Cardoso.


Um marco importante de sua carreira musical, foi ter conhecido Guilherme de Brito, em Ramos, onde tocava nos botequins do bairro. Guilherme demonstrou-o interesse pelo samba e, não obstante, começaram a compor musicas, formando assim uma parceria que viria a trazer grande sucesso a dupla.


Em 1957, o cantor Raul Moreno fez a primeira gravação de “A flor e o espinho”.


Em 1958, o cantor Roberto Silva incluiu “Notícia” e “Degraus da Vida” no LP “Descendo o Morro nº 4”.


Em 1961 passou a freqüentar a casa de Cartola e Dona Zica. Com a inauguração do restaurante Zicartola, na rua da carioca, no centro do Rio de Janeiro, iniciou as suas apresentações públicas. Por essa época, Nara Leão gravou “Pranto de poeta”.


Em 1967, já conhecido e tendo suas músicas interpretadas por diversos interpretes de peso da época, deu um histórico depoimento para o MIS (Museu da Imagem e do Som).


Em 1968, participou do LP “Fala Mangueira”, ao lado de Clementina de Jesus, Cartola e Carlos Cachaça. Neste mesmo ano, Paulinho da Viola gravou “Não te dói a consciência” e Nélson Gonçalves “Não sei porquê”.


Dificilmente poderão ser listados todos os intérpretes de sua obra. Contudo, destacam-se Chico Buarque (‘Cuidado com a outra’ e ‘Folhas secas’), Elza Soares (‘Saudade, minha inimiga’ e ‘Pranto de poeta’), Clara Nunes (‘Palhaço’, ‘Minha festa’ e ‘Juízo final’), Nora Ney (‘Quando eu me chamar saudade’), Emílio Santiago (‘Quero alegria’), Eliseth Cardoso (‘A flor e o espinho’, ‘Luz Negra’ e ‘Degraus da vida’), Cláudia Telles ('Luz negra'), Leny Andrade ('Vou partir'), Orlando Silva ('Degraus da vida'), Beth Carvalho ('Folhas secas', 'Quero alegria' e 'Se você me ouvisse'), Cazuza ('Luz negra'), Alcione ('Luto'), Nélson Gonçalves ('Meu velho coração'), Elis Regina ('Folhas secas') e Cyro Monteiro ('Rugas'), além do próprio parceiro Guilherme de Brito em várias composições da dupla. Beth Carvalho foi uma das intérpretes que mais o gravou, tendo ela mesmo declarado que ele foi o seu maior influenciador na música e dedicado LPs e CDs exclusivamente a sua obra.


Seus parceiros, também, foram tantos que provavelmente nem ele mesmo possa se lembrar. Porém, destacam-se: Guilherme de Brito, Cartola, Jair do Cavaquinho, João de Aquino e Paulo César Pinheiro.

Morreu na madrugada de 18 de fevereiro de 1986, vítima de um enfisema pulmonar.

Tratando-se de NELSON CAVAQUINHO, quaisquer textos que eu escreva aqui, pode ser chamado de resumo.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Ridículos Tiranos!

Eu me sinto bem quando cumpro com as minhas obrigações, sejam elas intelectuais, físicas ou sociais. Sei que é incognoscível, as pessoas acerca de mim não percebem, mas estou feliz nas ocasiões que parecem mais inusitadas. Sinto-me feliz muitas vezes só. Gosto de ficar só, manja? Um bom livro faz eu ganhar o dia. Um bom disco de Noel também.

Pois bem, nesse paradigma de que “as coisas simples me encantam”, ou me fazem bem, sei lá o quê desse termo que já virou chavão, vou relatar um caso que me ocorreu hoje e é a maior prova dessa ideação.

Estava a caminho da Universidade, um trânsito que bateu mais um recorde na cidade (todo dia algum recorde relativo a trânsito é superado), ouvindo um cara no rádio chato pra caramba, discutindo a crise diplomática sul-americana. Já tinha escutado em todas as rádios o assunto, chegando em casa, o jornal que assino me esperava e, ao longo do dia, ia rever os tiranos em todos os telejornais possíveis! Já estressado, com aquelas fileiras intermináveis de carros a minha frente, bateu-me um dilema inquietante: Ponho um cd ou arrisco alguma rádio? (A maioria das rádios estão muito comerciais!).

Arrisquei uma rádio, bem comercial por sinal, dessas que você sente o jabá na melodia da música, mas isso não vem ao caso. O mau humor que imperava no carro na hora foi-se embora! Uma simples música conseguiu transformar o restante do meu dia.

A música em questão, que me arrancou risos no carro, é a Partido Alto, do Chico Buarque, mas que ouvi com a brilhante interpretação do MPB-4. Conheço essa música de cor e salteado, mas aquela interpretação do MPB-4, com a letra eqüipolente do Chico, me fez refletir sobre o assunto que ouvia anteriormente no rádio: Deus é um cara gozador mesmo, tinha o mundo inteiro pra botar o Chávez e foi botar ele justo aqui, na nossa América-Latina querida! Ri sozinho no carro matutando sobre o assunto.

Diz que deu, diz que Deus, diz que Deus dará, não vou duvidar ô nega!

Deus está solto!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Tropicália

O Brasil é formado sobre a influência de diversas culturas. Esse intercâmbio cultural ocorre o tempo todo, haja vista que a interação entre culturas, línguas e costumes entre países é cada vez mais freqüente.

No mundo todo, e em especial no Brasil, um fator predominante na formação cultural do povo é a música. Ela exerce um papel importante no contexto histórico, social e político, mobilizando adeptos, principalmente os jovens, ainda em formação intelectual.O movimento que mais assimilou essa multiculturalização, sacudiu o cenário da música popular e cultura brasileira foi a Tropicália.

A Tropicália durou apenas um ano (de 1967 a 1968), mas até hoje é lembrada como um dos maiores, e o mais barulhento movimento musical do país. Totalmente sincrético e inovador, sua atuação quebrou as rígidas barreiras tradicionais e conservadoras que existiam no país.

Liderados por Caetano Veloso e Gilberto Gil, também formaram o coletivo a cantora Gal Costa, o cantor-compositor Tom Zé, a banda Mutantes e o maestro Rogério Duprat. Também colaboraram a cantora Nara Leão, os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto, e o poeta Rogério Duarte, um de seus principais mentores intelectuais.

Seu evidente intuito liberalista refletiu nos jovens da época: surgiu a chamada geração hippie, com o vestuário e a ideologia inspirada na Tropicália.

Com os ideais muito a frente de sua época, o movimento marcou para sempre a cultura nacional. Transformou os critérios de gosto vigentes quanto à música, política, moral, comportamento, sexo e vestuário.

Meu objetivo nesse vídeo-documentário é frisar todo processo tropicalista em sua parte musical (já que o movimento repercutiu em outras áreas), retratando como ele surgiu até o seu fim, causado pela repressão militar.

terça-feira, 11 de março de 2008

São as águas de março fechando o verão...


O Maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, em 1974, já previa o mundaréu que cai lá fora: São as águas de março fechando o verão...

segunda-feira, 10 de março de 2008

Vou-me embora pra Pasárgada

Um texto de Paulo Saldiva, chefe do laboratório de poluição da USP, integrante do comitê científico da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard e professor titular de patologia, publicado no site do jornalista Gilberto Dimenstein (www.dimenstein.com.br), revelaram números alarmantes.

Ele e sua equipe da USP diagnosticaram que diariamente em São Paulo a poluição mata 12 pessoas, e causa doenças como pneumonia, asma, otite, em mais 200.

E mais: em 2007 a poluição matou o DOBRO do que os assassinatos.

Pesquisas também mostram que São Paulo tem 11 milhões de habitantes e 6 milhões de automóveis. A cada 24 horas são licenciados 800 carros e 350 pessoas recebem habilitações de trânsito.

São Paulo é a cidade que possui a segunda maior frota de carros do mundo.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo do último domingo (09 de março), o presidente da CET de São Paulo, Roberto Scaringella, disse que o paulistano terá que conviver com congestionamentos maiores e minimizou a capacidade da CET para combater o inevitável. Também disse que “...o horário de pico da manhã pode se aproximar ao da hora de pico da tarde”, “O Brasil nunca produziu tanto veículo. E o trânsito também é resultado da verticalização da cidade, que inunda de carros as ruas. Vivemos um boom imobiliário. O trânsito é conseqüência da atividade econômica...”.

São Paulo é uma cidade mal planejada!

Claro que o problema da poluição é mundial, e a culpa não é só dos veículos, mas, em São Paulo grande parte da culpa se deve aos veículos sim. Não coloquei esses dados acima à toa. Entre todos esses dados há um denominador comum.

Como vimos acima, a poluição em 2007 matou o DOBRO do que os assassinatos, o trânsito está cada vez mais caótico...Claro que a solução mais cabível a isso seria passarmos a usufruir mais do transporte coletivo, mas sei também, que todos irão dizer que o transporte público em São Paulo é deprimente. Concordo! Mas se pararmos pra pensar, muitas vezes usamos o carro desnecessariamente. Locais que poderíamos tranqüilamente ir a pé, de bicicleta (Mais saudável não há!), metrô, ônibus, vamos de carro! Eu sou prosélito da bicicleta e do skate dês de pequeno, vamos colaborar gente!

Isso tudo pode soar como uma mensagem ecochata, mas é nossa realidade.

Ou então, larguemos tudo isso e vamos fazer companhia a Manuel Bandeira, vamos embora pra Pasárgada!

sábado, 8 de março de 2008

Com açucar, Com afeto

Hoje e amanhã (8 e 9 de março), a cantora Fernanda Takai se apresentará no Sesc Pompéia cantando canções de Nara Leão.

Fiquei muito contente com a proposta.

Para quem já começa a ouvir no rádio algumas canções do novo disco da Takai, já dá pra imaginar o que se esperar dessas apresentações, já que, ela disse que quer repetir no show o mesmo clima do disco. Aliás, seu primeiro disco solo (Ela é cantora da banda Pato Fu, pra quem não sabe), que ela deve estar bem orgulhosa, pois o disco foi lançado apenas em dezembro e foi eleito o melhor álbum de música popular de 2007 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Baseando-me apenas pelas músicas que já ouvi do cd, o resultando ficou muito bom. Fernanda Takai conseguiu gravar Nara maravilhosamente bem, misturando o samba e a bossa-nova das canções de Leão com o pop-rock que a consagrou no Pato Fu. Os arranjos, feitos pelo maridão John Ulhos, também Pato Fu, ficaram ótimos. Méritos para eles, pois não é fácil desvincular a imagem de Nara Leão com a Bossa-Nova, nossa musa perene.

quinta-feira, 6 de março de 2008

De volta a Macondo

“Eu só sei que, desde que eu tinha 17 anos e até a manhã de hoje, eu não tenho feito outra coisa além de me levantar cedo todos os dias, sentar-me na frente de um teclado, para encher uma página em branco ou uma tela vazia de computador, com a única missão de escrever uma história ainda não contada por ninguém, que torne mais feliz a vida de um leitor inexistente”.

“pensar que um milhão de pessoas puderam ler algo escrito na solidão de meu quarto, com todo o arsenal de 28 letras do alfabeto e meus dedos, pareceria evidentemente uma loucura”.

Separei esses dois trechos de um texto atribuído a Gabriel García Márquez sobre uma homenagem recebida no 4º Congresso Internacional de Língua Espanhola.

Havia fortes boatos de que, aos 80 anos, o escritor mais famoso da América Latina, com problemas de saúde e um suposto “bloqueio criativo”, não criaria mais nada, para desespero de fãs, como eu, claro.

Segundo ótima reportagem de Daniel Biasetto, que li na DISCUTINDO LITERATURA, devido à série de homenagens que García Márquez recebeu em 2007, pelos 40 anos de CEM ANOS DE SOLIDÃO (Prêmio Nobel, em 1982), Gabriel iniciou 2008 produzindo a todo vapor, sepultando de vez os boatos.

Explico o porquê de meu contentamento: Em 2002, quando publicou VIVER PARA CONTAR, o escritor colombiano divulgou então que iria dividir em três livros suas memórias. O primeiro ( Ótimo!), publicado, conta episódios de sua infância – principalmente o tempo que passou com seus avós maternos e a relação de amor dos seus pais – até 1955. O segundo, que ainda não foi publicado, de 1955 até 1982, narraria até o Prêmio Nobel. O terceiro seria uma série de perfis de personalidades que são ou foram seus amigos.

Mas, em vez de prosseguir com suas memórias, publicou, em 2004, o MEMÓRIAS DE MINHAS PUTAS TRISTES (Altamente recomendável, um dos melhores romances que já li!), me deixando interrupto, salivando!

Agora é esperar.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Viva a nova geração!

Já ouvi de muitos jornalistas que a Internet pode ser uma estrada valiosa para a nova geração. Com o crescimento cada vez maior do universo online e a facilidade de transmitir a informação em tempo real, acredito que se bem utilizada a Internet pode ser um interessante espaço para se fazer um bom jornalismo.

Sou leitor assíduo de muitos blogs e, de tanto adentrar em ótimas páginas, aderi ao movimento. Claro que há aqueles blogs clássicos, de jornalistas pra lá de gabaritados, que recebem milhares de visitas diariamente, páginas de escritores, cronistas e poetas de inteligência inescrutáveis, mas, não foram essas páginas que me tornaram prosélito. Andei visitando blogs de estudantes, assim como eu, de jornalismo, ciências sociais, letras, música, história, dos mais variados lugares. Ao ver esse grupo de feras chegando, todos com idade variando a minha, enchi-me de esperança, e percebi quanta coisa boa tem mas é pouco acessada. Vocês conhecem essa história, não é?Enfim, vou tentar criar mais um endereço de conteúdo legal nestas bandas.(Nós ainda venceremos!)

Não pretendo postar apenas textos de conteúdo jornalístico. Coisas que sou apaixonado, e que julgo interessante, também pintarão por aqui: Música, literatura e, dependendo dos resultados, futebol, claro (Brasil-sil!).É isso.