quarta-feira, 20 de agosto de 2008

"Melhor do que tudo, só mesmo o silêncio. Melhor do que o silêncio, só João"


Sortudo, privilegiado ou abençoado.

Não sei em qual destes patamares me incluo, apenas relato aqui que, no dia 16 de Agosto de 2008, última sexta-feira, eu estive no Auditório do Parque Ibirapuera, em São Paulo, assistindo ao show de João Gilberto. Sim, ele tocou seu violão, e cantou, perto de mim, daquela mesma maneira que mudou a cena musical brasileira há 50 anos atrás. Eu tenho 20.

Há 50 anos, interpretando canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes (Chega de Saudade), João Gilberto dava início ao que se chamaria depois de Bossa Nova. Com uma maneira totalmente diferente de tocar violão, impondo ao instrumento uma batida sincopada, combinando a isso um canto baixo e falado, ele modernizou a música brasileira, rompendo a batida tradicional do samba e finalizando de vez aquela época boleral.

Quem já ouviu os discos de João, pode ter uma idéia de como é emocionante ter a oportunidade de assisti-lo ao vivo. João e seu violão parecem um só, como que seu instrumento fosse uma extensão de seu corpo. Reforça esta idéia vê-los em ação, pois o músico cantando, daquele modo, e seu violão o acompanhando, forma-se um uníssono quase mitológico, aparentando que, a minha frente, encontra-se um ser metade homem e metade violão.

João Gilberto atrasou em uma hora o início do show.

Confesso que me emocionei no início de sua apresentação. Assim como me emocionei na oportunidade que tive de ir assistir Chico Buarque. É emocionante vê-lo se apresentando, ao vivo, perto de você, e lembrar de toda sua história, tudo que ele fez pelo o que você mais gosta: A música.

Quanto ao atraso, João Gilberto é gênio, e assim como todo gênio tem de ser compreendido. Assim como entendo seu perfeccionismo e suas poucas aparições em público. E lhe cubro de razões. Se não fosse assim, não teríamos o privilégio de ouvir o barquinho a deslizar no macio azul do mar...

Um comentário:

Unknown disse...

e pau no cu do seu jorge...