sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Anos Dourados

Desde pequeno, meu pai sempre comentava para mim:
“A música é muito mais linda.”
Expressava, assim, sua opinião a respeito da música “Anos Dourados”, de Tom e Chico.
Lembro claramente.
Meu pai sempre achou a música de Tom maravilhosa. Gostava da letra do Chico, mas a música lhe emocionava demasiadamente.
Recordo destes momentos porque escutei hoje no rádio “Anos Dourados”, instrumentalmente interpretada por uma orquestra. De arrepiar.
Certa vez, li em um artigo escrito por Chico Buarque que “um acorde do Tom, é como se abrisse uma janela”.
A sensibilidade musical do maestro são daquelas coisas que só o dom mesmo. Reconhecia a espécie de pássaro pelo canto entoado. Para ele, muitas vezes o silêncio sussurrava extremamente alto. Tom sabia os acordes do silêncio.
As músicas de Tom Jobim, na opinião deste blogueiro, são as mais lindas da música popular brasileira.
E quem disse que Tom é apenas compositor de melodias?
O maestro fez letras estupendas, como “Águas de Março”, “Luiza”, “Ana Luisa”, “Lígia”... Podemos considera-lo um poeta de mão cheia. De notas e versos. Afinal, dê que podemos adjetivar “Águas de Março”?
Fico ao lado de meu pai.
A letra de Anos Dourados é linda.
Mas a música de Tom é extraordinária.
Uma de suas.

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