Mas o que é isso, Bibiana!
Lembro-me bem de quando nos conhecemos. Ambiente propício, nosso território.
Foi no samba da vela que a vi pela primeira vez.
Bibiana, você não economizava palavras! Falante que és, tagarelava com os amigos, ria alto, ria demasiadamente. Perdia-me no requebrado de seus quadris. Sambavas ao ritmo dos tantãs, que marcavam suas passadas (ou tuas passadas ditavam o ritmo dos percussionistas?). Bebia e me olhava, com um olhar fulminante, que até hoje me faz suspirar.
O tempo passou, Bibiana.
Aquela mulher alegre, divertida, que bebia e fulminantemente me olhara, marcando o ritmo dos tantãs, no samba da vela, não é mais a mesma.
Casou-se!
Ah, Bibiana! Digo-lhe definitivamente: Esse cabelo curto, estes moldes sociais, não lhe cabem!
Fulminantemente olhara-me, sambando, de saia rodada, cabelos longos e soltos, rindo, bebendo, tagarelando...
Bibiana, só tenho que lamentar.
Qualquer iniciativa que venha a tomar daqui a diante não me surpreenderá. Casou-se em igreja com cerimônia religiosa. Ríamos disso, Bibiana. Alías, religião parece que já faz parte de seu cotiado. Bibiana, não a conheço mais! Este universo é pequeno demais para ti, você não pertence a este mundo, dos casados, dos religiosos, dos alienados!
Bibiana, tu pertences ao samba da vela.
Tu pertences à noite.
sábado, 3 de maio de 2008
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