segunda-feira, 23 de junho de 2008


Tranco-me no quarto.
Escrevo, leio, releio, rasgo.
Nada me agrada, adjetivo toda estas linhas tortas de merda.
Rasuras feitas sem intenção de ser.

Isolo-me no quarto.
Escrevo, leio, releio, rasgo.
Não produzo nada, porém aqui me auto-exilo.
Sou covarde, não quero ver o sol hoje.

Definho-me no quarto.
Escrevo, leio, releio, rasgo.
Tenho vontade de chorar, talvez molhando estas merdas elas se tornem mais legíveis.
Estou de férias.

Escrevo, leio, releio, rasgo,
No quarto.
De fronte à janela,
De fronte à rua,
De fronte à cidade,
De fronte ao mundo.
Debruçado sobre a escrivaninha.
Meu quarto é meu mundo.

Escrevo, leio, releio, rasgo,
Meus papéis.
Escrevo, leio, releio, rasgo,
Minha história,
Minha biografia,
Minha discreta existência.

Um comentário:

Gabriel disse...

Clap, clap, clap, meu caro. De verdade, palmas pra você.